sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Distúrbios alimentares e suas consequências na saúde bucal

Uma busca por um modelo inalcansável
Os distúrbios alimentares são doenças em evidência. Seja no mundo da moda ou em debates sobre educação infantil, a bulimia e a anorexia marcam presença como patologias sérias e muito presentes em nossa sociedade, decorrentes de uma busca pelo corpo perfeito e idealizado. Os pacientes portadores desses tipos de distúrbio estão dispostos a abrir mão de sua saúde em troca de uma satisfação estética. Porém, esse "sentir-se magro" muitas vezes nunca chega, já que a insatisfação com o corpo e o medo de engordar patológicos nunca passam, mesmo após um grande emagrecimento.

Efeitos nocivos
Tanto a bulimia quanto a anorexia têm efeitos devastadores para a saúde bucal.  No primeiro caso o paciente sente-se culpado por ingerir uma quantidade exagerada de alimento e passa a provocar o vômito, expulsando, assim, as calorias de seu estômago. Essa prática acaba tornando-se um hábito que põe em cheque a saúde da boca. Tanto os dentes quanto a mucosa passam a entrar sistematicamente em contato com o ácido estomacal, extremamente concentrado. Como efeito disso, a saúde bucal começa a ser afetada com danos aos dentes e à mucosa, descamação da gengiva marginal livre, boca seca e uma série de outros problemas secundários (causados pelos primeiros), como o aumento de cáries (ocasionado pela erosão dos dentes) e a halitose. Um agravante desse quadro é o hábito de escovar os dentes após vomitar, para tentar aliviar o gosto e o hálito ruins. A abrasão da escova e do creme dental potencializa desgaste dos dentes, sem necessariamente neutralizar a acidez.
A anorexia, por sua vez, não precisa necessariamente vir acompanhada do hábito de provocar vômitos, ela pode ser somente a recusa do ato de comer, fazendo com que a pessoa ingira uma quantidade de nutrientes muitas vezes menor do que o mínimo para a manutenção do organismo e do corpo de um modo geral. No caso dos dentes, a falta de nutrientes (principalmente o Cálcio e o Fósforo) faz com que a dentição se torne enfraquecida. A própria salivação fica prejudicada, fazendo com que a boca do paciente fique em um estado semelhante àquele fruto de quimioterapia e radioterapia localizada (dois tratamentos extremamente agressivos).


Abordagem multidisciplinar - o tratamento ideal
Segundo o Prof. Dr. Alysson, Marconni Holanda Lima, doutorando em Estomatologia pela UFPB - Universidade Federal da Paraíba, a chave para o tratamento eficaz contra essas desordens alimentares é a presença de um acompanhamento psicológico, ou, nos casos mais extremos, psiquiátrico. Uma abordagem multidisciplinar bem entrosada é que poderá determinar o sucesso, mas o cirurgião-dentista tem um papel fundamental na melhora desse quadro: "A atuação do profissional da Odontologia pode ser definitiva ao auxiliar na retomada da autoestima do paciente, ajudando, aos poucos, o tratamento psicológico e até nutricional", conta.
Para o Dr. Marconni, é fundamental que o cirurgião-dentista passe bastante segurança para o paciente com distúrbios alimentares, incentivando a maturidade e a calma. Isso por causa do tipo de tratamento aplicado, que deve ser gradual e focado primeiramente na recuperação da função da dentição, ao invés de priorizar a melhoria estética. "Isso pode se mostrar complicado, já que o paciente com distúrbios alimentares tende a ser uma pessoa mais ligada ao imediato, que não prioriza tanto a saúde em longo prazo. É comum que ele tente controlar o ritmo do tratamento, tentando acelerá-lo", explica o médico.
Mesmo em meio à pressa do paciente, que sempre vai querer recuperar a coloração e a estética de seu sorriso o mais rápido possível, convém um tratamento mais devagar do que o normal. Segundo Dr. Marconni, o ideal é que os danos e os problemas mais graves sejam sanados com a urgência habitual, mas que, após isso, a melhora seja gradual. Para ele, "Uma melhora rápida incentiva um sentimento de que ´já está tudo bem´. Um tratamento odontológico mais demorado, por sua vez, poderia acompanhar a atuação do psicólogo e do nutricionista buscando, nesse conjunto, a melhora total do paciente".

Fonte: INPN.com.br
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